Laboratórios, hackerspaces e outros espaços de comunidades locais

Mesa 3

#CulturaLS18

Nas últimas décadas foram criados vários tipos de espaços comunitários, como laboratórios cidadãos e hackerspaces, por todo o planeta e também no Sul global. Com diferentes formatos e objetivos, seus participantes em geral compartilham os valores da produção colaborativa e do uso de tecnologias livres. Inseridos em diferentes contextos, mais carentes ou mais abundantes, esses espaços têm sido polos irradiadores dos valores do conhecimento livre e da cultura livre. Mas como tem sido essa experiência? Quais suas potencialidades, limites e desafios?

Será que devido a precariedade que possam encontrar, ao contrário dos espaços similares em regiões mais ricas, acabam desenvolvendo um tipo diferente de produção criativa? Alguns pesquisadores se referem à noção de gambiarra, que é a invenção de artefatos úteis a partir de recurso precário ou improvisado muito comum nas comunidades de baixa renda brasileiras, para falar daquilo que é produzido nesses espaços.

Mas isso é só uma parte da equação. Será que os temas priorizados nesses espaços comunitários do Sul se diferenciam daqueles do Norte? Em outras palavras: é possível pensar numa especificidade dos hackerspaces, laboratórios e espaços comunitários no Sul? De que maneira, em que aspectos?

Para debater sobre estas e outras questões, foi pensada a mesa Laboratórios, hackerspaces e outros espaços de comunidades locais como parte do 1º Encontro Online de Cultura Livre do Sul, que será realizado esta semana, entre os dias 21 e 23 de novembro.

A coordenação da mesa está a cargo de Daniel Cotillas, do Nodo Común, e Bia Martins, deste Em Rede.

Confira aqui programação completa do evento.

A videoconferência foi realizada no dia 22/11/18. com convidados que participam diretamente desses espaços, com diferentes experiências em diversos contextos e países:

_Esaú Acosta: Civics e Mares Madrid. Arquitecto e mestre em projetos arquitetônicos avançados - Cofundador de Studio [SIC] + [VIC]. + Twitter

_ HackLab Feminista La Chinampa + Insubordinadas (México). Colectiva Insubordinadas é uma coletiva ciberfeminista que tem como objetivo principal aproximasr as mulheres que se encontram em espaços periféricos de temas relacionados à apropriação e uso da tecnologia, entendida em um sentido mais amplo da palavra. Partimos do princípio de que as tecnologias são todo tipo de ferramentas construídas sob um sistema capitalista, pratriarcal e colonial em função do mercado e do controle social, no entanto, as reivindicamos como ferramentas que podem ser úteis na emancipação das mulheres.

_Karina Menezes do Raul Hacker Club, em Salvador, Bahia. Atuante no movimento hackerspace no Brasil, é também pesquisadora de Educação e recentemente defendeu tese de doutorado sobre Pedagogia Hacker na Universidade Federal da Bahia.

_Carlos Diego, da Baia Hacker, em Itu e Porto Feliz no interior de São Paulo. A Baia se define como um laboratório temporário para experiências sensíveis e atua especialmente em duas frentes: produção contracultural e permacultura.

_ la_bekka <espacio hackfeminista>: o hacklab feminista de la bekka pretende ser um espaço onde aprender em comum sobre tecnologia, cultura livre e feminismos.. + info

_Barracon Digital: um hacklab tecnocultural onde se realizam atividades tecnológicas, culturais, oficinas, coworking e intercâmbios de conhecimentos. Um universo de temas como feminismos, software livre, cultura livre, creative commons, mapas livres, permacultura, serigrafia, proteção digital, intercâmbio de sementes.

Confira o debate no vídeo abaixo:

Mesmo depois de passado o encontro, ainda há várias formas de contribuir com o debate.

Para já mergulhar um pouco no assunto, você pode ler alguns textos dos coordenadores da mesa e dos convidados:

El laboratorio de lo hacker i/o colaborativo

O que têm em comum os hackerspaces do Sul?

Ocupa Beauvoir \”Las brujas siguen escribiendo\”

Manifiesto Chinampero

O que é a Baia Hacker Space? Versão novembro de 2018

Habitemos el ciber-espacio

Hackerspaces feministas, soberanía tecnológica y amigas: el caso de la_bekka

La Chinampa va hacia el Encuentro Online de Cultura Libre del Sur

Iniciativas vecinales: red de agenciamientos en nuestros barrios

Se quiser, pode se increver na plataforma Investigacion Social punto Net para publicar textos ou comentar os que já estão lá.

Também pode colaborar no mapeamento de hackerspaces, laboratórios e espaços comunitários na plataforma CIVICS , especialmente daquelas em áreas periféricas, que geralmente são deixadas de lado.  Neste post você encontrará instruções sobre como usá-lo.

O 1º Encontro Online de Cultura Livre do Sul é uma produção conjunta de Baixa Cultura, ÁrticaNodo ComúnRede das Produtoras Culturais ColaborativasEdiciones de la Terraza e este Em Rede.