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Práticas e táticas antivigilância

Por Bia Martins

Na medida em que se sofisticam os mecanismos de monitoramento no meio digital, surgem por outro lado mais e mais ferramentas e táticas para, se não escapar, ao menos diminuir a exposição à vigilância.

Sem a pretensão de dar conta de todas as possibilidades de estratégias antivigilância, elencamos aqui alguns sites que reúnem diferentes tipos de dicas e orientações para aumentar a proteção de dados.

O primeiro deles é do projeto Tem boi na linha? Guia prático de combate à vigilância na internet, que de forma bem didática ensina como utilizar a criptografia e softwares livres para garantir um bom nível de privacidade.

Voltado especialmente para movimentos sociais, coletivos e ativistas que precisam garantir a privacidade de suas conversas, sob o risco de inviabilizar suas ações e favorecer a repressão, o site explica quais os pontos fracos por onde governos e empresas entram para rastrear informações com mais facilidade e oferece um passo-a-passo para se defender dessa invasão, com dicas para navegação anônima, uso de criptografia, plataformas seguras para criação de sites e blogs, uso seguro do celular etc.

Confira aqui: http://www.temboinalinha.org/

Outra referência é a organização Artigo 19, que atua especialmente na área de direitos humanos, e lançou recentemente uma série de vídeos sobre proteção de dados pessoais. Um deles, o Guia Prático de Segurança Digital, traz dicas de como ter um uso consciente e criterioso da tecnologia digital, levando em conta também seus aspectos físicos, a fim de diminuir a exposição aos mecanismos de controle.

Assista ao vídeo:

A série tem ainda outros vídeos de conscientização quanto à vulnerabilidade de nossos dados na comunicação digital. Um deles relata o caso de Akira Pinto, que teve uma experiência curiosa ao receber um anúncio em sua navegação pela internet relacionado ao assunto de uma conversa recente em seu escritório com seu celular sobre a mesa. Esse tipo de relato, aliás, tem sido comum ultimamente, o que parece denotar mesmo uma forma ainda mais avançada de monitoramento para fins comerciais, pela captura de som.

Conheça o caso:

Publicidade e privacidade na era digital

Vale mencionar também o site do projeto Oficina Antivigilância, ligado à organização Coding Rights, que traz informações sobre tecnologias de vigilância e antivigilância, com espaço para divulgação de projetos de arte e ativismo sobre o tema.

Destacamos aqui o boletim publicado em setembro de 2016, que apresenta outra abordagem antivigilância, para além do uso de softwares ou tecnologias: a tática de mascarar sua identidade na rede a fim de “embaralhar” seus rastros digitais. Com a utilização de identidades anônimas, com pseudônimos, ou coletivas, aliada a estratégias de “fortificação”, “redução” ou “ofuscamento” de seu perfil,  é possível camuflar sua presença digital de forma a dificultar seu rastreamento por dispositivos de vigilância. Um recurso a mais para fugir do hipercontrole ubíquo das redes.

Para conhecer melhor essa tática acesse: https://antivigilancia.org/pt/2016/09/mascaras-para-identidades-conectadas/

E, por último, para quem quiser se aprofundar um pouco mais no assunto, vale conferir o site Security In-a-Box  - Ferramentas de Segurança Digital para Todas as Pessoas. Desenvolvido conjuntamente pelos coletivos Front Line Defenders e Tactical Technology Collective, o projeto oferece desde informações básicas sobre segurança digital, incluindo conselhos de como usar as plataformas das redes sociais e smartphones de forma mais segura, até instruções detalhadas de como instalar e usar os serviços e programas essenciais para segurança digital.

Como pode se constatar, dá um certo trabalho, mas é possível aumentar consideravelmente nossa segurança no ambiente digital com o uso de ferramentas e práticas que diminuem em muito o alcance dos dispositivos de controle. Por outro lado, não se deve perder de vista que nenhuma delas garante segurança total contra o vigilantismo, que a cada dia se torna mais invasivo e inteligente.

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