#cibercultura livros pra baixar

Em 2010, ainda no meu antigo blog, fiz um post sobre livros de cibercultura pra baixar que até hoje é bastante acessado. Resolvi dar uma revisada e atualizada no conteúdo, pois certamente não faltarão interessados.Fazer a revisão foi bem interessante, pois no meu percurso de pesquisa fui buscando um olhar mais crítico à cibercultura na medida em que me deparei com determinados limites e problemas da bandeira da Cultura Livre. Acredito, então, que agora a lista está mais completa e multifacetada.

Para começar, não dá para escapar de dois livros seminais sobre o tema, o Free Culture, do Lawrence Lessig, (também traduzido para o português) e o Wealth of Networks, de Yochai Benkler. O primeiro pode ser considerado a grande bíblia da cultura livre, na defesa de Lessig da da licença Creative Commons e da flexibilização do copyright. Já o segundo é um trabalho de fôlego sobre a economia das redes e o valor do compartilhamento nesse contexto. Ambas as abordagens, vale ressaltar, têm ponto de vista liberal.

Para fazer um contraponto, indico o livro Copyfight – Cultura Livre e Pirataria, organizado por Bruno Tarin e Adriano Belisário, com artigos de Antonio Negri, Giuseppe Cocco, Dmytri Kleiner, Matteo Pasquinelli, entre outros, e mais entrevistas com Yann Moulier Boutang e Richard Stallman. O livro traz críticas às incensadas licenças Creative Commons, enfatizando seu caráter liberal, e apresenta outras propostas de licenciamento alternativo com potencial muito mais subversivo para a noção de propriedade intelectual. Na mesma direção crítica, está o livro Animal Spirits, A Bestiary of the Commons, de Matteo Pasquinelli, que aponta os conflitos sociais e as novas formas de exploração por trás da retórica da cultura livre e das redes peer-to-peer.

Uma pérola é a publicação Capitalismo Cognitivo, propiedad intelectual y creación colectiva, com artigos de Yann Moulier Boutang, Maurizzio Lazzarato, Antonella Corsani e outros, para entender como o conhecimento alcançou o cerne da economia na atualidade e as implicações que isso traz para a disputa que hoje vivemos entre os que, de um lado, defendem o conhecimento como um bem comum e, de outro, as forças do mercado que querem tratá-lo como propriedade e mercadoria. 

E pensando na realidade brasileira, duas coletâneas que fazem um bom apanhado da diversidade do pensamento e das experiências pelo país afora: Apropriações Tecnológicas Emergência de textos, idéias e imagens do Submidialogia #3  e Ideias Perigozas, que são derivados de dois encontros de Submidialogia, em 2007 e 2009.

Vale ainda destacar o livro organizado por Nelson Pretto e Sergio Amadeu, Além das Redes de Colaboração - internet, diversidade cultural e tecnologias do poder, e o Cultura Digital BR, organizado por Rodrigo Savazoni e Sergio Cohn, em plena efervescência da gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura, um registro de quando o Brasil estava na vanguarda da cultura digital com as discussões públicas sobre o Marco Civil da Internet e a Reforma da Lei de Direito Autoral. Um tempo tão próximo que de repente se tornou tão distante, em meio a tantos retrocessos que vivemos atualmente, o que faz da publicação um registro histórico muito importante.

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