Como construir um projeto de governo voltado à soberania digital para, entre outras coisas, garantir a autonomia de nossas pesquisas e, consequentemente, de nosso desenvolvimento tecnológico? Com isso em mente, um grupo de professores, pesquisadores e ativistas redigiu uma Carta ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, propondo um programa de emergência para a soberania digital.

A Carta alerta para os riscos de o país se manter dependente de consultorias internacionais ligadas às big techs, o que faz com que dados sensíveis de diversos segmentos sejam extraídos e sirvam de insumo para os interesses comerciais das grandes plataformas digitais, gerando efeitos nefastos que vão desde a potencialização de relações de exploração de trabalho à ameaça a privacidade de dados tanto de pessoas como de instituições.

A Silo –  Arte e Latitude Rural  - organização que trabalha na articulação entre arte, ciência e tecnologia em zonas rurais e áreas periféricas - promoveu recentemente mais uma edição do projeto Resiliência: Residência Artística. Uma das atividades realizadas foi um ciclo de conversas online entre artistas e cientistas, buscando aprofundar alguns tópicos que estão na base do trabalho desenvolvido pelas diretoras da Silo já há mais de 10 anos.  

A Silo – Arte e Latitude Real lançou campanha de crowdfunding na Benfeitoria para arrecadar fundos a fim de transformar um antigo cassino no meio da floresta na Silo Escola, uma escola rural, livre e transdisciplinar de arte, ciências e tecnologia. 

Brinquedos didáticos ecotecnológicos de código aberto que ajudam a aprender brincando vários conteúdos em disciplinas tão diversas como Física, Geometria, Química, Matemática, Arquitetura, Artes e muito mais. Esta é a proposta da Alquimétricos, uma iniciativa maker no estilo DIY (Faça Você Mesmo), que utiliza processos analógicos e digitais na produção dos artefatos. Seu objetivo é oferecer material didático de baixo custo que pode ser compartilhado livremente. As plantas e designs do kit de brinquedos podem ser baixados no GitHub. Também é disponibilizado um guia didático para pais e educadores com as instruções para construir os brinquedos e realizar as atividades. O projeto tem ainda uma preocupação ecológica, ao usar materiais reciclados e alternativos, questionando assim o consumo e a obsolescência programada.

Com vinte anos de atuação, o MediaLab-Prado está correndo risco. A prefeitura de Madri determinou sua mudança para uma sede menor, o que não só afetará o alcance de suas atividades como traz preocupações sobre a possibilidade de seu esvaziamento como um polo de pesquisa acadêmica e cidadã.

O movimento por Recursos Educacionais Abertos (REA) acaba de ganhar um grande reforço: o Mapa de Serviços Abertos, com informações sobre prestadores de serviço que trabalham com a lógica e a ética do software livre e dos REA. O objetivo é facilitar o contato entre fornecedores de soluções abertas e gestores de instituições de ensino para incentivar o crescimento desse ecossistema.

O excelente canal Meteoro lançou esta semana o vídeo Ciência Pirata mostrando, de forma didática, como funciona o modelo capitalista de publicação de artigos científicos: pesquisadores escrevem e revisam os artigos, que são publicados e vendidos pelas grandes editoras, como a Elsevier, com uma margem de lucro altíssima.

A 3ª edição do Laboratório de Emergência COVID-19, com o tema Inflexões: Estratégias e Novas Narrativas, chegou ao final com o desenvolvimento de 16 projetos bem diversos, todos documentados e com licenças livres. Realizado totalmente on-line e de forma colaborativa, o lab teve duas chamadas, uma para projetos e outra para colaboradores, com foco sobretudo nas periferias rurais e urbanas. Sua proposta é fomentar o encontro de diferentes culturas, saberes e gerações para promover o diálogo entre os conhecimentos populares, a ciência e as novas tecnologias.

Foi lançado este mês o mini documentário do TECNOx 4.0 com o registro de momentos do encontro e entrevistas com alguns dos convidados e organizadores. 

É preciso aproveitar a transição digital para desenvolver acesso aberto às publicações científicas e, na medida do possível, à pesquisa de dados. Com base nessa afirmação, no final de junho passado, a Agência Nacional Francesa para Segurança Alimentar, Ambiental e Ocupacional [French Agency for Food, Environmental and Occupational Health & Safety – ANSES] aderiu, em conjunto com outras agências, ao compromisso de promover a Ciência Aberta.

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